sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"A arte de bem matar horas", Manuel Maia

Com uma linguagem muito acessível e com um registo francamente humorístico, em que se brinca com as palavras e o sentido que elas podem tomar em diferentes contextos, e que podem levar a grandes incomunicações. Tem uma particularidade, o facto de termos conhecimento dos dois lados de uma história completamente banal, mas que ao não ser retratada com sentimentalismo e romantismo exacerbados, adquire uma maior proximidade com a realidade.

“Dizem os senhores professores que a paixão emerge do inconsciente, consiste na atracção por um gesto, uma imagem, uma fantasia infantil, sem ter verdadeiramente a ver com a pessoa objecto dessa mesma paixão, a qual é idealizada. Surge depois – ou não – o amor, fruto de um confronto dessa imagem com a realidade, quando se descobre que a pessoa por quem estávamos apaixonados era – ou não – aquela que desejávamos. No fundo, o amor tem de resistir à realidade.”

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