sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"A geração da utopia", Pepetela

Uma guerra igual a tantas outras, em que os ideais se desfazem ao longo do tempo. Neste livro retrata-se a luta Angolana contra o colonialismo, com ênfase no Movimento Popular de Libertação de Angola. A obra está dividida em quatro partes, sendo que a primeira coincide com o início da luta da armada (1961), e a última parte é localizada já nos anos noventa, sendo acompanhado o percurso de vida de um grupo de jovens, que defende o seu país. O amor a uma nação, também retratado através do amor entre as pessoas que a constituem, e a espera que é feita para que seja possível desfrutar da plenitude do que ele pode proporcionar.

“ (…) todos nós a um dado momento éramos puros e queríamos fazer uma coisa diferente. Pensávamos que íamos construir uma sociedade justa, sem diferenças, sem privilégios, sem perseguições, uma comunidade de interesses e pensamentos, o Paraíso dos cristãos, em suma. A um momento dado, mesmo que muito breve nalguns casos, fomos puros, desinteressados, só pensando no povo e lutando por ele. E depois…tudo se adulterou, tudo apodreceu, muito antes de se chegar ao poder. Cada um começou a preparar as bases de lançamento para esse poder, a defender posições particulares, egoístas. A utopia morreu. E hoje cheira mal, como qualquer corpo em putrefacção. Dela só resta um discurso vazio.”

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