sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Carta ao pai", Franz Kafka

O nome desta obra não engana, e o consagrado nome do autor não deixa dúvidas quanto à qualidade da obra. Uma expressão de sentimentos e emoções, o partilhar as dúvidas, os ressentimentos, os actos que condicionaram todo o seu desenvolvimento pessoal. Uma tentativa de dizer por escrito, sem o intuito de magoar, aquilo que se vem arrastando ao longo do tempo numa voz que não quer sair.

"A dá a B um conselho sincero, de acordo com a sua concepção de vida, não muito bonito mas contudo ainda hoje muito vulgar na cidade e que talvez evite algumas doenças. O conselho não é, do ponto de vista moral, muito reconfortante para B, mas não há razão nenhuma para que não consiga sair do dano que lhe foi causado; aliás, nem tem que seguir o conselho, e de qualquer maneira não há nada no conselho que justifique que o futuro se venha a desmoronar sobre B. E no entanto qualquer coisa de parecido se passa, mas só porque és A e eu sou B."

Ao longo dos anos amontoam-se coisas que não ganham coragem suficiente para seguir o seu rumo, e vão ficando nas gavetas do sofrimento e da sensação de fracasso.

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